domingo, 29 de setembro de 2013

Clima: Em 33 anos, Ártico perdeu o equivalente a uma Espanha

Grande parte dos dados que permitem aos cientistas afirmar como era o clima há 800 mil anos vem das camadas de gelo do Ártico e da Antártida.
Mas, a julgar pelas próprias perspectivas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), esse estoque de informações está cada vez mais ameaçado.
Estatísticas publicadas ontem indicam que o derretimento nas regiões polares nunca foi tão acentuado.
"A média global de decrescimento da extensão do gelo no Oceano Ártico no período 1979-2012 foi muito provavelmente entre 3,5% e 4,1% por década, ou entre 450 mil e 510 mil quilômetros quadrados", diz o IPCC, referindo-se a uma área equivalente ao tamanho da Espanha, pouco inferior ao tamanho de MG.
A reportagem é de Andrei Netto e publicada pelo jornal O Estado de São Paulo.
Nos verões, a perda chega a entre 9,4% e 13,6% por década, ou entre 730 mil e 1,07 milhão de quilômetros quadrados – maior que o Egito, ou um pouco menor que o Estado do PA.
Nas geleiras da Antártida, a taxa ficou entre 1,2 e 1,8% por década, ou entre 130 mil e 200 mil quilômetros quadrados no mesmo período.
Nas geleiras do planeta, um total de 275 bilhões de toneladas de gelo "muito provavelmente" derreteram por ano entre 1993 e 2009.
"Nas últimas duas décadas, a Groenlândia e as banquisas de gelo da Antártida vêm perdendo massa, geleiras continuam a derreter em todo o mundo, o gelo do oceano Ártico e a cobertura de neve na primavera do Hemisfério Norte continuaram a decrescer em extensão", adverte o IPCC.

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