Grande
parte dos dados que permitem aos cientistas afirmar como era o clima há 800 mil
anos vem das camadas de gelo do Ártico e da Antártida.
Mas,
a julgar pelas próprias perspectivas do Painel Intergovernamental de Mudanças
Climáticas (IPCC, sigla em inglês), esse estoque de informações está cada vez
mais ameaçado.
Estatísticas
publicadas ontem indicam que o derretimento nas regiões polares nunca foi tão
acentuado.
"A
média global de decrescimento da extensão do gelo no Oceano Ártico no período
1979-2012 foi muito provavelmente entre 3,5% e 4,1% por década, ou entre 450
mil e 510 mil quilômetros quadrados", diz o IPCC, referindo-se a uma área
equivalente ao tamanho da Espanha, pouco inferior ao tamanho de MG.
A
reportagem é de Andrei Netto e publicada pelo jornal O Estado de São Paulo.
Nos
verões, a perda chega a entre 9,4% e 13,6% por década, ou entre 730 mil e 1,07
milhão de quilômetros quadrados – maior que o Egito, ou um pouco menor que o Estado
do PA.
Nas
geleiras da Antártida, a taxa ficou entre 1,2 e 1,8% por década, ou entre 130
mil e 200 mil quilômetros quadrados no mesmo período.
Nas
geleiras do planeta, um total de 275 bilhões de toneladas de gelo "muito
provavelmente" derreteram por ano entre 1993 e 2009.
"Nas últimas duas décadas, a Groenlândia e as
banquisas de gelo da Antártida vêm perdendo massa, geleiras continuam a
derreter em todo o mundo, o gelo do oceano Ártico e a cobertura de neve na
primavera do Hemisfério Norte continuaram a decrescer em extensão",
adverte o IPCC.
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