Imagem: Ilustração |
O
Ministério Público Federal (MPF) concordou com a manifestação da PF e pediu à
Justiça Federal a expedição dos mandados, emitidos pelo juiz da 14ª Vara
Criminal do RN.
Os
dois alvos são ligados à proprietária de um navio mercante de bandeira grega,
indicado como origem do derramamento de óleo na costa nordestina.
A
notícia é prestada pela assessoria de comunicação social do MPF, na capital do
estado.
O
Inquérito Policial sobre o caso, no RN, teve acesso a imagens de satélite que
partiram das praias atingidas até o ponto de origem (ponto zero) de forma
retrospectiva.
O
relatório de detecção de manchas de óleo, de autoria de uma empresa privada
especializada em geointeligência, indicou uma mancha original, do dia 29 de
julho passado, e fragmentos se movendo em direção à costa brasileira.
Com
informações da Marinha, a Diretoria de Inteligência Policial da PF concluiu que
“não há indicação de outro navio (…)
que poderia ter vazado ou despejado óleo, proveniente da Venezuela.” Ainda de
acordo com a Marinha, esse mesmo navio ficou detido nos Estados Unidos por
quatro dias, devido a “incorreções de procedimentos operacionais no sistema
de separação de água e óleo para descarga no mar”.
O
sistema de rastreamento da embarcação confirma a passagem pelo ponto de origem,
após ter atracado na Venezuela - país desenvolvedor do óleo derramado -, ao
seguir viagem para a África do Sul e Nigéria.
Os
procuradores da República Cibele Benevides e Victor Mariz destacam que “há fortes indícios de que a (empresa), o
comandante e tripulação do Navio deixaram de comunicar às autoridades
competentes acerca do vazamento/lançamento de petróleo cru no Oceano Atlântico”.
Para
eles, “a medida de busca e apreensão
mostra-se necessária e de urgência”, para a coleta de documentos que
auxiliem no esclarecimento dos fatos.
O
MPF classifica o impacto do derramamento de óleo como de “proporções imensuráveis”.
O
desastre ambiental atingiu estuários, manguezais e foz de rios em todo o
nordeste brasileiro, com prejuízos para as atividades pesqueira, de maricultura
e turística.
Até
29 de outubro, foram registradas manchas de óleo em nove estados, 94 municípios
e 264 localidades.
Foram
encontrados 107 animais afetados pelo óleo, com 81 mortes.
Cerca
de 70% dos animais contabilizados eram tartarugas marinhas.
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