Foto: Reprodução |
O
Ministério Público Eleitoral do RN emitiu parecer favorável à cassação do
vereador João Maria Soares de Brito, conhecido como João Maria de Valdemar Macaco (PTB) - foto -, eleito em 2016 para a Câmara
Municipal de Jardim de Piranhas, região do Seridó.
Ele
teve seu diploma cassado por arrecadação ilícita durante a campanha, mas
recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral do RN (TRE/RN) e se mantém no cargo,
ressalta informação da assessoria de imprensa da Procuradoria Regional da
República do RN, em Natal.
O
vereador foi alvo de uma ação de investigação judicial eleitoral (Aije) –
proposta pelo Ministério Público Eleitoral junto à 59ª Zona Eleitoral – por não
ter esclarecido a origem de R$ 2 mil utilizados em sua campanha e que o
candidato apontou como tendo sido doados por um beneficiário do programa Bolsa
Família (João Maria de Araújo).
Nem
o doador, nem o candidato provaram como alguém que recebe tal benefício, em
decorrência de sua condição de carência, teria condições de contribuir com R$ 2
mil para uma campanha eleitoral.
Para
o procurador regional Eleitoral, Kleber Martins, o beneficiário do programa
Bolsa Família que teria feito o repasse pode ter sido usado como laranja para dissimular uma doação de
origem desconhecida.
Ele
ressalta que, apesar de o “doador” ter declarado que – além da bolsa – ganhava
dinheiro com venda de animais, nenhuma prova foi anexada ao processo.
Na
sua visão, o suposto doador pode ter se limitado a "emprestar o número de seu CPF para encobrir o verdadeiro doador daquela
quantia”.
O
MP Eleitoral conclui que, diante desse cenário, “deve prevalecer a convicção que se extrai do perfil social ordinário
dos beneficiários do programa Bolsa Família: pessoas pobres, situadas na linha
de miséria, incapazes, com efeito, de atos de mera liberalidade financeira,
como doações eleitorais em prol de candidatos”, acrescentando que o próprio
João Maria de Araújo declarou renda familiar per capita de, no máximo, R$ 170,00,
para ter acesso ao Bolsa Família.
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