Cristiane Dantas/Assecom ALRN |
As mulheres
representam 51% da população brasileira. No universo do eleitorado brasileiro,
somos 52,13%, segundo apontou o Tribunal Superior Eleitoral nas eleições de
2014. Apesar dessas estatísticas, a participação feminina na política ainda é
menor que a dos homens. Ampliar a presença das mulheres nas decisões políticas
e aperfeiçoar a democracia é um desafio constante dos movimentos feministas no
Brasil. Segundo a legislação eleitoral vigente, o número de candidatos a cargos
eletivos deve ser de no mínimo 30% e no máximo 70% para cada gênero em todos os
cargos proporcionais – deputado federal, estadual e distrital e vereador. Essa
regra passou a ser disciplinada pela Lei Nº 034/2009 e tornou obrigatória a
candidatura de mulheres. Ainda assim, as mulheres ocupam apenas 13% dos cargos
eletivos no Brasil, percentual considerado baixo em relação a outros países. Para
ter uma ideia clara disso, o Brasil ocupa o 156° lugar em um ranking de 188
países sobre a participação feminina nos parlamentos, sendo um dos que têm a
menor presença das mulheres no Poder Legislativo. Na Assembleia Legislativa do
Rio Grande do Norte, por exemplo, somos apenas duas mulheres entre 22 homens. A
campanha “Mais Mulheres na Política”, lançada em outubro, na Assembleia Legislativa pela Procuradoria Especial da Mulher do Senado e pela Secretaria de
Mulheres da Câmara dos Deputados, com o apoio da senadora Fátima Bezerra é uma
importante mobilização neste sentido, porque busca uma maior efetividade no
cumprimento das leis que incluem a participação feminina nos partidos. Por outro
lado, é perceptível o crescimento do interesse das mulheres nas questões
políticas. A participação feminina, por mais tímida que ainda seja, tem
conseguido importantes avanços ao colocar na agenda pública assuntos de
interesse da mulher e a criação de órgãos como a Secretaria de Políticas Públicas
para as Mulheres no RN. Sou a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
já aprovada no Senado, em primeiro turno, que estabelece cotas para mulheres
nas eleições para deputado federal, estadual e vereador. Acredito que na medida
em que abordarmos a importância da participação das mulheres nas questões
políticas do Brasil, mais mulheres irão se interessar em acompanhar a política
brasileira, assim como desejarão se tornar representantes eleitas pelo povo.
Mas, acima de tudo, vislumbro que haverá um tempo em que o lugar da mulher na
política, de forma expressiva em relação aos homens, não mais será uma bandeira
de luta e sim uma realidade.
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