quarta-feira, 5 de maio de 2021

Sujeito Oculto: Operação do MPRN apura suposto esquema de desvio de dinheiro em Paraú

Imagem: Reprodução
O Ministério Público do RN (MPRN) deflagrou nesta quarta-feira (05) a operação
Sujeito Oculto.
O objetivo é apurar um suposto esquema de desvio de dinheiro público no âmbito da Prefeitura Municipal de Paraú, Médio Oeste do estado.
A operação investiga os delitos de estelionato contra a administração pública, peculato, contratação direta indevida, associação criminosa, desobediência à decisão judicial sobre suspensão de direito e lavagem de dinheiro.
Com o apoio da Polícia Militar do RN (PM/RN), a operação cumpriu dois mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão nas cidades de Paraú, Natal, Mossoró, Ipanguaçu, Parnamirim e Assú.
Ao todo, participaram da ação 16 promotores de Justiça, 24 servidores do MPRN e ainda 68 policiais militares.
Os mandados foram cumpridos na sede da Prefeitura de Paraú; nas Secretarias de Educação, de Agricultura e Pesca, de Saúde, de Assistência Social, e de Obras, Urbanismo e Transporte; em um posto de combustíveis; na sede de uma construtora; e, ainda, nas residências dos investigados.
O principal investigado na operação é o empresário Antônio Vicente Eufrásio Peixoto, marido da atual prefeita parauense, Maria Olímpia Ferreira Nunes Eufrásio.
De acordo com o que já foi apurado pelo MPRN, ele contratou máquinas através de acordo verbal, sem licitação e documento formal, com pagamentos efetuados por terceiros e através de vales-combustíveis quitados pelo erário municipal.
Vicente Eufrásio foi preso preventivamente.
Para cometer os supostos delitos, Vicente Eufrásio contava com o apoio de Antônio Leodécio Fonseca, servidor da Prefeitura de Paraú responsável pela autorização de ordens de combustíveis.
Leodécio Fonseca também foi preso preventivamente.
O MPRN levantou que a possível atuação do grupo criminoso é permanente, desde o ano de 2018 até a presente data.
A licitação da Prefeitura de Paraú para aquisição de combustíveis é de R$ 252.963,69.
Mesmo assim, a empresa vencedora recebeu da Prefeitura entre os anos de 2019 e 2021 a quantia de R$ 1.298.689,16.
Dados da quebra de sigilo bancário e fiscal de Vicente Eufrásio apontam que ele teve movimentação financeira superior a 712% a 1.377% da sua renda líquida no período de 2016 a 2020.
Vicente Eufrásio encontra-se, atualmente, inelegível, em razão de ter suas contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado do RN (TCE/RN) e, também, por uma condenação no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), em uma Ação de Improbidade Administrativa. 
Por esse motivo, ele ficou impossibilitado de concorrer a cargos eletivos e tomar posse em cargos públicos.
Na investigação, o MPRN detectou que ele atua no dia a dia da administração, havendo elementos que indicam a configuração do delito de usurpação do exercício de função pública.
Com o material apreendido na operação, o MPRN irá aprofundar as investigações e apurar se há envolvimento de outras pessoas no esquema de desvio de dinheiro público.
A redação é publicada por intermédio do endereço eletrônico do MPRN na internet.

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