quinta-feira, 21 de março de 2019

Minha Casa, Minha Vida: MPF cobra entrega de documentação a beneficiários do programa

 Imagem: Reprodução
O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com uma ação contra a Caixa Econômica Federal (CEF) para que o banco providencie a entrega dos documentos relativos aos 496 apartamentos do Residencial Waldemar Rolim, na cidade de Parnamirim, região da Grande Natal, e indenize os proprietários dos imóveis.
Construído em Parnamirim dentro do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e destinado à Faixa 1 do programa – a de menor renda, com famílias que ganham entre zero e três salários mínimos – o empreendimento foi entregue em 2011 e, até hoje, seus moradores não receberam os contratos e as escrituras públicas.
Oito anos depois da conclusão da obra, os documentos ainda não foram entregues aos beneficiários, ressalta informação da assessoria de imprensa da procuradoria da República no RN (PR/RN), em Natal.
De acordo com a CEF, o banco encontrou dificuldades para resolver questões referentes ao registro de contrato da Faixa 1 do programa em Parnamirim e, em razão do tempo transcorrido, o município voltou a cobrar um imposto (ITBI) do qual os imóveis dessa faixa do MCMV estavam isentos em Parnamirim até dezembro de 2015, quando a entrega do residencial já havia completado mais de quatro anos.
A demora do banco em concluir os procedimentos burocráticos, portanto, resultou na necessidade de pagamento do imposto, cuja isenção teve início em 2009 e durou seis anos, mas não pôde ser prorrogada – de acordo com esclarecimento prestado pelo município – “em razão da atual crise financeira que o país atravessa”.
“(...) é de todo desarrazoado atribuir o ônus financeiro do pagamento dos tributos (...) aos beneficiários do PMCMV do 'Residencial Rolim', constituído por pessoas menos favorecidas e que, no caso, não deram causa à morosidade na adoção das medidas necessárias junto ao cartório para ultimar o registro dos contratos e permitir a fruição da isenção do imposto, sendo tal letargia atribuída exclusivamente à CEF”, observa o autor da ação, o procurador da República Victor Mariz.
A Ação Civil Pública (ACP) tramita na Justiça Federal sob o nº 0801733-45.2019.4.05.8400.

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