segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Polícia: Ministro não ajudou investigação de roubo do qual foi vítima

Henrique Alves/Reprodução
A Polícia e o Ministério Público do DF apontaram que o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), não ajudou a elucidar um roubo de R$ 90 mil que teve como vítima ele próprio, de acordo com informações divulgadas pelo jornal Folha de São Paulo.
A reporgagem é de Pedro Valente, publicada nesta segunda-feira (28) pelo portal eletrônico Folha/UOL.
A notícia dá conta que, para a Polìcia, Henrique Alves, que presidiu a Câmara até o início deste ano, adotou uma "postura de se furtar ao esclarecimento da verdade".
A Promotoria apontou que o ministro "demonstrou inequívoco desinteresse em colaborar" com a apuração e que restam dúvidas "quanto à origem e destinação do dinheiro subtraído".
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, porém, recomendou arquivar o inquérito, sem quebrar sigilos do ministro.
O roubo ocorreu em 13 de junho de 2013, quando Wellington Costa, assessor do então deputado, contou à polícia que dois homens roubaram dele R$ 100 mil em espécie, dos quais R$ 90 mil pertenceriam a Henrique Alves.
Costa disse que sacou o dinheiro do deputado em um banco onde Henrique Alves teria feito um empréstimo consignado.
Disse ter entregue o dinheiro a Henrique Alves que, três dias depois, o chamou em casa e pediu que levasse R$ 90 mil para outro deputado, João Maia (PR/RN), sem dizer o motivo.
O roubo ocorreu no caminho para a Câmara.
O delegado Fernando Cesar Costa disse que o assessor mudou trechos do depoimento, como o que faria com sua parte do dinheiro.
O assessor disse que se equivocou por nervosismo.
O delegado Fernando Costa pediu que Henrique Alves e João Maia depusessem.
Henrique Alves respondeu, em carta, que no momento do roubo estava "em voo para Natal" e que desconhecia fatos relevantes a acrescentar.
Questionado de novo, disse "que em sua manifestação anterior já apresentou todos os esclarecimentos que possui".
João Maia disse que vendeu um apartamento a Henrique Alves, mas que não sabia que receberia os R$ 90 mil naquela data.
A Polícia pediu então que o processo fosse enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde Henrique Alves tem foro privilegiado.
Segundo a Polícia, ele adotou "conduta que traz suspeitas acerca da veracidade de tudo o que foi apresentado".
O ministro do STF, Teori Zavascki, arquivou o processo em agosto após o posicionamento de Rodrigo Janot.
Em nota à Folha, a assessoria do ministro do Turismo afirmou que "todas as informações foram prestadas à época às autoridades", que o inquérito foi arquivado e "o assunto encontra-se encerrado".

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