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Sendo o
entrevistado médico atuante no município de Mossoró, a Ufersa entende que parte
das afirmações feitas por ele pode causar preocupação a comunidade, em especial
às famílias dos discentes. Equivocadamente, as declarações dadas pelo médico
podem levar à conclusão de que a Universidade, isoladamente, pode ser apontada
como causadora de adoecimento mental e dependência química nos seus discentes.
Contudo, amparada nas discussões atuais sobre transtornos mentais, compiladas
no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), na última
edição da Classificação Estatística Internacional das Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde (CID 11) e na literatura científica especializada, a
Universidade entende que os transtornos mentais e do comportamento têm origem e
desenvolvimento multicausais, dada a influência dos fatores sociais, culturais,
genéticos, neurobiológicos e psicológicos. Especificamente quanto ao transtorno
por uso de álcool e outras drogas, destaca-se que existem fatores genéticos e
fisiológicos associados a uma maior propensão ao uso indiscriminado dessas
substâncias. Além de que, trata-se de um dos transtornos mais prevalentes na
sociedade brasileira, principalmente entre homens, adolescentes e jovens
adultos, em situação de vulnerabilidade socioeconômica, ou seja, a precariedade
no acesso à saúde, à moradia, à alimentação, ao emprego e à educação. Apesar de
87,5% dos discentes da Ufersa estarem classificados como economicamente
vulneráveis (e 93,65% dos discentes assistidos com recursos do Programa
Nacional de Assistência Estudantil para cursarem a graduação), 95,3% dos
estudantes da Ufersa nunca fizeram uso de drogas ilícitas, seja dentro ou fora
da Instituição, segundo dados da 5a Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico
e Cultural dos Graduandos das Instituições Federais de Ensino Superior de 2018.
Adicionalmente, ao invés de promover um ambiente de estímulo ao uso de drogas,
a Ufersa promove ações institucionais de prevenção e conscientização e combate,
em especial ao comércio ilegal de substâncias. Ao contrário do afirmado pelo
entrevistado de que a polícia é proibida de entrar no campus, as ações são
integradas com as polícias Militar e Federal. A instituição oferece aos
discentes assistência social, psicológica, nutricional e pedagógica, além de
práticas de esportes, ensino de música, moradia e alimentação de qualidade e programas
e projetos de ensino, pesquisa e extensão. Destaca-se que não é de conhecimento
desta Universidade e dos seus profissionais, bem como da literatura científica,
a associação entre tatuagens e transtornos mentais, ou capacidades moral e
intelectual do indivíduo. As afirmações de que as universidades não fizeram
prestação de contas, causando assim o corte de recursos, demonstra
desconhecimento do funcionamento das IFES, pois, assim como toda instituição
pública, elas são obrigadas a prestar contas anualmente dos recursos recebidos,
de acordo com artigo 70 da Constituição Federal, além de serem frequentemente
auditadas por órgãos de controle como a Controladoria Geral da União (CGU) e o
Tribunal de Contas da União (TCU). A Ufersa mantém aberta para a sociedade as
suas prestações de conta dando transparência ao contribuinte. No Portal Ufersa,
na página da Pró-Reitoria de Planejamento, é possível conferir os números bem
como os relatórios de gestão dos últimos anos. Por fim, a Ufersa salienta que
cumpre com sua função educativa e social e reafirma seu compromisso na promoção
de um ensino público de qualidade e na formação de profissionais aptos a
atuarem no mercado de trabalho e a participarem como cidadãos ativos e
conscientes na sociedade.
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