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A
criação do comitê está prevista no planejamento da Semarh desde fevereiro de
2014, mas nunca saiu do papel.
O
MPF instaurou um inquérito civil em 2016 – a pedido da Organização Não
Governamental Natureza Viva Mangue (Navima) – e desde então acompanhava as
ações do poder público a respeito do assunto, porém não obteve resposta
satisfatória do estado, com cristalina omissão da secretaria, ao longo de mais
de dois anos de tramitação do inquérito.
Diante
do quadro, o caminho encontrado foi o de ingressar com a ação perante o poder
Judiciário, explica informação vinda da assessora de imprensa do MPF potiguar.
O
MPF ressalta que a criação do comitê e a elaboração do plano já estão previstos
na legislação sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos e tais
instrumentos viriam consolidar a participação popular na gestão ambiental,
permitindo a adoção de ações mais eficazes quanto à proteção do rio.
“Em tempos sombrios de evidente descaso com o
meio ambiente, com repercussões trágicas na vida de muitas pessoas, a exemplo
dos recentes desastres ocorridos em Mariana e Brumadinho, é preciso reforçar a
importância da atuação enérgica, preventiva e rigorosa dos entes políticos e
órgãos ambientais no respeito às normas”, destaca Victor Mariz (foto), o
procurador da República autor da ação.
Para
ele, “é fundamental que o Rio Potengi seja
respeitado não somente por sua história, mas principalmente por sua importância
ecológica, cultural e social”.
Em
funcionamento, o comitê permitirá uma melhor integração dos 19 municípios que
compõem a bacia hidrográfica, além de facilitar a preservação do bioma, bem
como garantir o melhor uso de suas águas.
O
Comitê deve ser composto por representantes do poder público, mas também por
usuários e pela sociedade civil local.
A
entidade terá competência para aprovar a forma pela qual se dará o uso das águas.
Também será responsável por acompanhar o plano de recursos hídricos, quando
este for elaborado.
A
ação do MPF tramitará na Justiça Federal sob o nº 0800946-16.2019.4.05.8400 e a
instituição ministerial requer, também, a aplicação de multa diária de R$ 1 mil
à governadora, ao secretário da Semarh e ao diretor do Igarn, em caso de
descumprimento das medidas.
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