Imagem: Cícero Oliveira/Assecom UFRN |
Uma
pesquisa desenvolvida no Fish Lab do Centro de Biociências (CB) da Universidade
Federal do RN (UFRN) busca compreender os efeitos do álcool no sistema nervoso
por meio das alterações comportamentais identificadas em estudos com o
peixe-zebra (Danio rerio).
A
informação é prestada pela assessoria de imprensa da UFRN, na capital do
estado.
De
origem asiática, o zebrafish, também conhecido como paulistinha, é aliado da
ciência pela semelhança genética de aproximadamente 70% com os seres humanos,
podendo chegar a 90% em algumas linhagens.
Essa
característica favorece a pesquisa translacional, que tem início na ciência
básica e termina na aplicação prática do conhecimento apreendido.
A
coordenadora do Fish Lab e professora do curso de Fisiologia da UFRN, Ana
Carolina Luchiari, que conquistou financiamento do Instituto Serrapilheira para
a pesquisa, explica que o zebrafish é usado como base para que, no futuro,
possamos aplicar os resultados nos seres humanos.
O
ponto de partida do estudo consiste na comparação entre vício e diferença
comportamental dos indivíduos.
Para
tanto, a equipe do laboratório realiza testes com os peixes para separá-los por
grupos de personalidade: todos são colocados juntos na metade escura de um
aquário, com uma divisória que dá acesso a um espaço mais claro, para o qual
migram alguns do cardume.
Estes
desbravadores são considerados os mais corajosos, que gostam de abraçar os
riscos, enquanto os que ficaram no escuro recebem a classificação de mais
comedidos.
Após
essa distinção, os peixes absorvem diferentes proporções de álcool diluído na
água para a posterior avaliação dos efeitos provocados pela substância, que
modifica as quantidades de neurotransmissores como a dopamina – responsável
pela sensação de prazer.
Os
testes indicaram, por exemplo, que indivíduos anteriormente mais corajosos
diminuíram esse comportamento; já os comedidos adotaram atitudes mais
arriscadas.
Em
outra etapa da pesquisa, pretende-se identificar quais neurotransmissores
alteram o comportamento e se existe alguma droga capaz de bloquear a ação
dessas secreções no cérebro, a fim de avaliar se a conduta do indivíduo não
sofrerá mudanças.
Outro
foco é voltado para as implicações do álcool na geração posterior, acometida
pela síndrome alcoólica fetal, em consequência do consumo da substância pelas
mães durante a gestação – principalmente no primeiro trimestre.
De
acordo com a professora, diferentes quantidades de álcool são inseridas nos
ovos de peixe-zebra para análise de como a droga afeta os indivíduos em todos
os momentos da vida, desde a formação até a fase adulta.
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