quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

UFRN: Pesquisa com peixe-zebra avalia efeitos do álcool no organismo

Imagem: Cícero Oliveira/Assecom UFRN
Uma pesquisa desenvolvida no Fish Lab do Centro de Biociências (CB) da Universidade Federal do RN (UFRN) busca compreender os efeitos do álcool no sistema nervoso por meio das alterações comportamentais identificadas em estudos com o peixe-zebra (Danio rerio).
A informação é prestada pela assessoria de imprensa da UFRN, na capital do estado.
De origem asiática, o zebrafish, também conhecido como paulistinha, é aliado da ciência pela semelhança genética de aproximadamente 70% com os seres humanos, podendo chegar a 90% em algumas linhagens.
Essa característica favorece a pesquisa translacional, que tem início na ciência básica e termina na aplicação prática do conhecimento apreendido.
A coordenadora do Fish Lab e professora do curso de Fisiologia da UFRN, Ana Carolina Luchiari, que conquistou financiamento do Instituto Serrapilheira para a pesquisa, explica que o zebrafish é usado como base para que, no futuro, possamos aplicar os resultados nos seres humanos.
O ponto de partida do estudo consiste na comparação entre vício e diferença comportamental dos indivíduos.
Para tanto, a equipe do laboratório realiza testes com os peixes para separá-los por grupos de personalidade: todos são colocados juntos na metade escura de um aquário, com uma divisória que dá acesso a um espaço mais claro, para o qual migram alguns do cardume.
Estes desbravadores são considerados os mais corajosos, que gostam de abraçar os riscos, enquanto os que ficaram no escuro recebem a classificação de mais comedidos.
Após essa distinção, os peixes absorvem diferentes proporções de álcool diluído na água para a posterior avaliação dos efeitos provocados pela substância, que modifica as quantidades de neurotransmissores como a dopamina – responsável pela sensação de prazer.
Os testes indicaram, por exemplo, que indivíduos anteriormente mais corajosos diminuíram esse comportamento; já os comedidos adotaram atitudes mais arriscadas.
Em outra etapa da pesquisa, pretende-se identificar quais neurotransmissores alteram o comportamento e se existe alguma droga capaz de bloquear a ação dessas secreções no cérebro, a fim de avaliar se a conduta do indivíduo não sofrerá mudanças.
Outro foco é voltado para as implicações do álcool na geração posterior, acometida pela síndrome alcoólica fetal, em consequência do consumo da substância pelas mães durante a gestação – principalmente no primeiro trimestre.
De acordo com a professora, diferentes quantidades de álcool são inseridas nos ovos de peixe-zebra para análise de como a droga afeta os indivíduos em todos os momentos da vida, desde a formação até a fase adulta.

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