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Assinada
pelo coordenador geral de sua Diretoria Colegiada, o Sindicato dos Petroleiros
e Petroleiras do RN (Sindipetro/RN), veicula, no seu portal oficial na
internet, uma Nota Pública.
O
referido manifesto aborda o balanço recém-divulgado pela Petrobras e sai em
defesa da categoria.
Seu
teor pode ser visto abaixo, na íntegra:
No momento em que
a Petrobrás sofre os mais duros e agressivos ataques a sua integridade enquanto
empresa pública nacional responsável pela nossa soberania energética, a gestão
neoliberal da Companhia anunciou na última segunda-feira, 21, um prejuízo de
34,8 bilhões de reais provocados, segundo o balanço, pela desvalorização dos
ativos em função da queda dos preços do petróleo no mercado global e pelas
despesas com juros da divida por conta da alta do dólar. Antes, porém, a gestão
da Estatal fez um comunicado ao mercado confirmando que recebeu um “e-mail
anônimo” com informação veiculada em jornal ligado ao mercado financeiro e deu
início a apuração sobre denúncias envolvendo a gestão da área de RH com
potencial de trazer supostas perdas à Companhia. Neste sentido, a Diretoria
Colegiada do Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do Rio Grande do Norte,
repudia as ações de alguns setores da gestão da Petrobrás que, baseados em
mensagens anônimas, tentam de forma leviana e irresponsável insinuar que, entre
outras questões, esse enorme prejuízo tem a ver com a expectativa de derrota em
demandas trabalhistas pleiteadas pelos trabalhadores e trabalhadoras devido ao
provimento financeiro inadequado para o atendimento de algumas conquistas da
categoria consagradas em Acordo Coletivo de Trabalho. Então, diante dessa “cumbucada”, o SINDIPETRO-RN
cumpre o dever de vir a público perante a sociedade com o objetivo de separar o
'joio do trigo', além de esclarecer e denunciar algumas questões: A categoria
petroleira é composta por trabalhadoras e trabalhadores dignos, honestos e
honrados que desempenham suas atribuições com zelo, esmero, dedicação e
competência profissional reconhecida no Brasil e no exterior por anos a fio; O
nosso Acordo Coletivo de Trabalho é uma conquista da Categoria Petroleira já
consagrada por mais de 30 anos de luta de classes, marcada por negociações,
mobilizações e greves muito duras e difíceis, porém com absoluta transparência
pública e institucional e, sobretudo, respeito a organização classista dos
trabalhadores e trabalhadoras e à sociedade; A exemplo de tantos trabalhadores
e trabalhadoras buscamos também através da justiça do trabalho e outros órgãos
competentes para tal, a reparação dos nossos direitos sempre que nos sentimos
prejudicados, cabendo a justiça decidir pela sua procedência ou não; Setores da
gestão da Companhia numa atitude irresponsável, típica dos momentos golpistas
que o pais está sendo vítima, procura se utilizar de expediente maledicente e
leviano, semelhante aos vazamentos seletivos que tanto temos visto, eivados de
insinuações e ferido de morte pelo crime de aleivosia. Uma tentativa mal
rebuscada de tentar enlamear o processo legítimo, democrático e de lutas que
envolvem as negociações em torno do Acordo Coletivo de Trabalho; Setores
encastelados na gestão da Companhia agem em conluio com a mídia golpista e o
mercado financeiro com o objetivo torpe de tentar jogar a sociedade contra os
trabalhadores e trabalhadoras devido a um resultado financeiro negativo que
somente à gestão da Companhia cabe explicar e se responsabilizar; A responsabilidade
pelas decisões das estratégias corporativas em relação a cadeia produtiva do
petróleo e gás, como também, toda a política de investimentos, endividamento e
privatização de ativos reconhecidamente entreguista e danosa ao patrimônio da
Petrobras e da soberania nacional são definidas unilateralmente pela diretoria
da Companhia e referendada pela maioria do seu Conselho de Administração; Jamais,
em tempo algum, foi permitido aos trabalhadores e trabalhadoras através das
suas representações de classe ou ao seu único representante eleito para o
Conselho de Administração qualquer possibilidade de interferir no processo
decisório de sua gestão em qualquer área do negócio, muito embora tenhamos
realizado uma greve que entre outras reivindicações constava a iniciativa dos
trabalhadores e trabalhadoras de contribuir para ajudar a Companhia a encontrar
soluções para sua pública e notória crise financeira. A diretoria da Companhia
sequer levou em consideração; Desde sempre as entidades representativas da Categoria
Petroleira sempre estiveram e estão na linha de frente da luta em defesa da
Petrobras e, especialmente, no que diz respeito aos interesses imediatos e
históricos dos trabalhadores e trabalhadoras e nesse momento de crise que
estamos vivendo não será diferente, pois somos os maiores responsáveis pelo
êxito histórico desta que é, sem dúvida, a maior Companhia do Brasil, pilar
central do nosso desenvolvimento e da nossa soberania; Nós, petroleiros e
petroleiras não somos ingênuos e sabemos muito bem que todas essas notícias
levianas foram plantadas por agentes compromissados com os piores setores da
gestão da Petrobras e faz parte de uma ação bem maior no sentido de atacar
nossos direitos, desqualificar o movimento sindical e suas lideranças para destruir
a resistência mais importante contra os planos de privatização da Companhia e
do petróleo brasileiro em curso no país; Quanto aos resultados econômicos
apresentados pela Companhia, queremos afirmar que o nosso esforço e
contribuição se traduz nos excelentes resultados operacionais divulgados quando
conseguimos superar as metas de produção estabelecidas, melhorar a eficiência
operacional em 13% e elevar o resultado do lucro bruto em 23%, o que comprova
que fizemos a nossa parte, ou seja, no que dependeu dos trabalhadores e trabalhadoras
a missão foi cumprida! As manobras contábeis contidas no resultado da Companhia
em 2015, especialmente com relação a baixa contábil (impairment) de ativos de
R$ 49,748 bilhões, dos quais R$ 36,184 bilhões referem-se a campos de produção,
cujo valor contábil é subestimado, uma vez que as reservas, bens da União, não
podem ser contabilizadas no ativo da Companhia. Por exemplo, Campos como
Sapinhoá, Lula e Búzios, localizados na província do Pré-Sal, são ativos cujo
valor real não está nem pode ser registrado no ativo contábil. Assim sendo,
essa baixa contábil de R$ 36,184 bilhões não faz o menor sentido e dessa forma
a Petrobras poderia ter apresentado lucro e não prejuízo; Os números
apresentados pela gestão da Companhia expõem contradições que precisam ser
esclarecidas e que por este motivo vamos propor às entidades sindicais e aos
acionistas minoritários, a contratação de uma entidade ou escritório de
contabilidade, para realizar uma auditoria no Resultado referente a 2015,
quanto a técnica contábil utilizada e outros aspectos que forem considerados
importantes, pois é muito grave essa decisão deliberada de depreciar a
Petrobras, principalmente num momento em que a gestão da Companhia está
privatizando inúmeros ativos; Se confirmadas estas suspeitas, devemos promover
uma ação judicial para anular essa excrecência contábil por parte dos gestores
neoliberais que se apossam vilmente da Petrobras, com a intenção de
desmoralizá-la perante a sociedade para privatizá-la. Por fim, queremos
reafirmar o nosso compromisso e missão histórica perante o povo brasileiro que
pode estar certo que estaremos, como há mais de 60 anos, sempre a postos na
defesa da Petrobras e do petróleo brasileiro em cada canto desse imenso país.
Qual seja, isolado na selva amazônica, na plataforma continental, debruçado
sobre estudos e pesquisas, construindo e operando refinarias, singrando os
mares em navios petroleiros, nas sondas, na poeira dos campos de petróleo e nas
bases administrativas haverá sempre uma equipe de petroleiros e petroleiras com
perseverança, capacidade e dedicação para tornar realidade o ideal de gerações
e gerações que se honra muito de ter lutado e continua lutando para que o
petróleo possa ser do povo brasileiro.
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