sábado, 22 de novembro de 2014

Opinião: BB obriga clientela do crédito rural a fazer seguro que custa 2% dos valores emprestados

Os contratantes de financiamentos na carteira de crédito rural do Banco do Brasil estão tendo a desagradável surpresa de só concretizar a obtenção do empréstimo mediante a contratação de um seguro que está sendo colocado compulsoriamente pela instituição financeira.
O fato mereceu comentário por parte do jornalista e pecuarista Marcos Aurélio de Sá, do vespertino natalense O Jornal de Hoje.
O texto dele acerca do fato está abaixo:

Infelizmente, não passa de conversa fiada o anúncio de que os bancos oficiais proporcionam à classe dos produtores rurais brasileiros as mais baixas taxas de juros do mercado financeiro, hoje ao redor dos 3 por cento ao ano (portanto, inferiores à própria inflação). Na prática, a realidade é muito diferente, pois os empréstimos que o Banco do Brasil – por exemplo – concede aos agricultores ou pecuaristas do Rio Grande do Norte para aplicação em investimento ou custeio das suas atividades acabam com seus juros inflacionados por uma série de exigências suplementares. Uma delas é a de que os tomadores do financiamento contratem junto ao próprio Banco um seguro de vida em valor suficiente para cobrir com folga o valor da operação de crédito, o que acaba comprometendo, de saída, pelo menos 2 por cento do dinheiro (ou seja, ampliando, de saída, em cerca de 40 por cento os ônus decorrentes dos juros a serem pagos anualmente). Além dessa imposição do agente financeiro, o tomador do empréstimo ainda tem de se sujeitar ao pagamento de honorários pela elaboração de projeto, custas cartorárias para averbação de garantias, etc., encargos que, dependendo do valor da operação, chegam a comprometer até mais de 20 por cento do montante obtido. E tudo isto sem falar na necessidade do cliente manter conta corrente com bom saldo médio na agência para poder ser atendido nos seus pleitos.

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