Mais
de 80 empresas estão envolvidas em espionagem e delação de quase 300
funcionários, segundo levantamento feito pela Comissão Nacional da Verdade.
O
intuito era sufocar qualquer movimento sindicalista que estivesse sendo gestado
entre os trabalhadores de grandes montadoras, como Volkswagen, Chrysler, Ford,
General Motors, Toyota, Scania, Rolls-Royce, Mercedes Benz, e também de outros
setores, como a Brastemp, a estatal Telesp, a Kodak, a Caterpillar, a Johnson
& Johnson, a Petrobras, a Embraer e a Monark – todas elas concentradas no
ABCD paulista e no Vale do Paraíba.
A
reportagem é de Beatriz Borges, publicada pelo jornal El País.
Entre
os nomes mais conhecidos da lista de 297 pessoas, encontrada nos documentos do
Arquivo Público do Estado, estão o de Paulo Okamotto, que foi diretor do
Sebrae, o presidente do Conselho Nacional do Sesi, Jair Meneguelli, e Vicente
Paulo da Silva, que foi presidente da CUT.
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também aparece nos registros,
identificado como líder sindical pela Volkswagen em informação divulgada na
semana passada pela Reuters.
No
registro do informante da Volks sobre Lula, dizia que os metalúrgicos estavam
insatisfeitos com "as medidas do
governo em geral", e cita como exemplo o Banco Nacional de Habitação
(BNH) e um decreto impopular assinado pelo general João Figueiredo que retirou
os auxílios de alimentação e transporte dos funcionários, bem como férias, 13º
salário, participação nos lucros e promoções.


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