A
classe média está ultrapassando o total de pobres e vulneráveis na única região
do país em que ela ainda não era maioria.
No
Nordeste, segundo levantamento da consultoria Plano CDE com base nos dados da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2012, a classe C conta
com 23,9 milhões de pessoas e há outros 23,7 milhões entre a D e E.
Apesar
de o primeiro grupo ser ligeiramente maior, ambos representam 45% da população.
A
reportagem é de Camilla Veras Mota, publicada pelo jornal Valor.
Com
essa estrutura, a pirâmide de renda da região, semelhante à do Brasil em 2004 –
quando tanto a classe C quanto a D e E representavam cerca de 42% do total –,
encontra mais espaço para o desenvolvimento social e uma consequente expansão
do consumo, pondera Luciana Aguiar, sócia-diretora da consultoria.
No
Sudeste, por exemplo, 54% estão na classe média e 17% na baixa renda.
O
Nordeste assistiu à diminuição significativa de sua população pobre nos últimos
dez anos.
Entre
2001 e 2012, o ganho de renda das famílias, mais expressivo entre as classes D
e E, reduziu a participação da chamada base da pirâmide de 66% para 45% dos nordestinos.
A
tendência de crescimento real da renda entre os domicílios mais pobres da
região indica que esse movimento deve continuar nos próximos anos.
O
país passou por uma dinâmica semelhante, mas a "virada" aconteceu
antes.
Os
dados da Pnad de 2012 apontam que pouco mais de 50% dos brasileiros fazem parte
da classe média. Há outros 25% na classe baixa e 21% de ricos.
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