É
o que revelam dados produzidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social, a
pedido do jornal Folha de São Paulo,
com base no Cadastro Único, que reúne informações de mais de 71 milhões de beneficiários
de programas sociais.
A
reportagem é de João Carlos Magalhães e publicada pelo jornal Folha de São Paulo neste domingo (19).
Desde
ao menos junho de 2011 o Governo usa o valor de R$ 70,00 como "linha de
miséria" – ganho mensal per capita
abaixo do qual a pessoa é considerada extremamente pobre.
Ele
foi estabelecido, com base em recomendação do Banco Mundial, como principal
parâmetro da iniciativa da presidente Dilma Rousseff para cumprir sua maior
promessa de campanha: erradicar a miséria no país até o ano que vem, quando
tentará a reeleição.
Mesmo
criticada à época por ser baixa, a linha nunca foi reajustada, apesar do
aumento da inflação.
Desde
o estabelecimento por Dilma da linha até março deste ano, os preços subiram em
média 10,8% 2,5% só em 2013, de acordo
com o índice de inflação oficial, o IPCA.
Corrigidos,
os R$ 70,00 de junho de 2011 equivalem a R$ 77,56 hoje.
No
Cadastro Único, 22,3 milhões de pessoas, mesmo somando seus ganhos pessoais e
as transferências do Estado (como o programa Bolsa Família), têm menos do que
esse valor à disposição a cada mês, calculou o Governo depois de pedido da Folha por meio da Lei de Acesso à Informação.
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