domingo, 19 de maio de 2013

Realidade: Indicador defasado "esconde" 22 milhões de miseráveis

O número de miseráveis reconhecidos em cadastro pelo Governo Federal subiria de zero para ao menos 22,3 milhões caso a renda usada oficialmente para definir a indigência fosse corrigida pela inflação.
É o que revelam dados produzidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social, a pedido do jornal Folha de São Paulo, com base no Cadastro Único, que reúne informações de mais de 71 milhões de beneficiários de programas sociais.
A reportagem é de João Carlos Magalhães e publicada pelo jornal Folha de São Paulo neste domingo (19).
Desde ao menos junho de 2011 o Governo usa o valor de R$ 70,00 como "linha de miséria" – ganho mensal per capita abaixo do qual a pessoa é considerada extremamente pobre.
Ele foi estabelecido, com base em recomendação do Banco Mundial, como principal parâmetro da iniciativa da presidente Dilma Rousseff para cumprir sua maior promessa de campanha: erradicar a miséria no país até o ano que vem, quando tentará a reeleição.
Mesmo criticada à época por ser baixa, a linha nunca foi reajustada, apesar do aumento da inflação.
Desde o estabelecimento por Dilma da linha até março deste ano, os preços subiram em média 10,8%  2,5% só em 2013, de acordo com o índice de inflação oficial, o IPCA.
Corrigidos, os R$ 70,00 de junho de 2011 equivalem a R$ 77,56 hoje.
No Cadastro Único, 22,3 milhões de pessoas, mesmo somando seus ganhos pessoais e as transferências do Estado (como o programa Bolsa Família), têm menos do que esse valor à disposição a cada mês, calculou o Governo depois de pedido da Folha por meio da Lei de Acesso à Informação.

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