![]() |
| Imagem: Reprodução |
De
ordo com informação da assessoria de imprensa da Procuradoria da República do
RN (PR/RN), na capital do estado, os três responderão por desvio de
aproximadamente R$ 600 mil dos cofres públicos, através de um esquema de nomeação
de funcionário fantasma.
Além
da ação de improbidade, o MPF já ratificou junto à Justiça Federal do RN (JFRN) uma
denúncia por associação criminosa e peculato - a respeito dos mesmos fatos –,
que havia sido apresentada inicialmente pela Procuradoria-Geral da República (PGR)
ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Ambas
as ações apontam que, entre março de 2009 e março de 2016, José Agripino nomeou
e manteve como secretário de seu gabinete em Brasília Victor Souza, que era
gerente de farmácia em Natal e, desde 2017, é presidente da Câmara de Vereadores
do município de Campo Redondo.
Ele
não prestava serviços e repassava a remuneração recebida do Senado a Júnior
Maia – que declarou ser sogro de Victor.
Como
era servidor da Assembleia Legislativa do RN (ALRN), Júnior Maia não poderia
assumir oficialmente a função no Congresso e, por isso, foi montado o esquema
ilegal, através da nomeação fictícia de Victor Souza, por determinação de José
Agripino.
Do
dinheiro recebido ilegalmente por Victor Souza (R$ 590.633,43), ao menos 78%,
ou seja R$ 460.995,88, foram repassados a Júnior Maia sua esposa, filha e filho,
por meio de transferências bancárias.
Dados
do Coaf e colhidos mediante quebra de sigilo bancário revelaram que Júnior, por
sua vez, movimentou em apenas oito meses de 2014 (janeiro a agosto) um total de
quase R$ 1,2 milhão, embora sua renda bruta mensal não ultrapassasse os R$ 10
mil.
Ele
foi responsável por transferências para José Agripino de valores como R$ 18
mil, em uma oportunidade, e mais R$ 25 mil, em outra.
A
filha de Júnior Maia transferiu R$ 36 mil, em quatro parcelas. Por outro lado,
da conta do ex-senador foram debitados R$ 76.844 para Júnior Maia, que ainda
sacou dessa mesma conta outros R$ 130 mil em espécie.
Júnior
é apontado por muitas testemunhas como assessor pessoal de Agripino Maia e
ocupou vários cargos de confiança ao longo da carreira do ex-senador, tendo
sido um dos servidores nomeados para a ALRN através de ato secreto, incompatível com a Constituição, contra o qual o Ministério
Público do RN (MPRN) move uma Ação Civil Pública.
“(...)
as condutas de José Agripino, Victor
Neves e Raimundo Maia Júnior configuram enriquecimento ilícito, dilapidação do
patrimônio da União e séria violação aos princípios da Administração Pública,
principalmente os de moralidade, honestidade e lealdade”, aponta o autor da
AIA, o procurador da República Fernando Rocha.
As
investigações revelaram que Victor Souza, na época em que deveria prestar
serviços no Senado, trabalhava como gerente de uma farmácia localizada em Natal
e sequer costumava ir a Brasília, onde ficava o gabinete de José Agripino.
Companhias
aéreas não encontraram registros de viagens em nome dele e as folhas de ponto
possuem indícios de fraude.
Caso
condenados na ação de improbidade, os três poderão ser sentenciados ao
ressarcimento integral do dano, perda da função pública, suspensão dos direitos
políticos, pagamento de multa e proibição de contratar com o Poder Público.
Já
na denúncia, o MPF pede o ressarcimento do valor com correção e juros, requer
indenização por danos morais coletivos em quantia equivalente ao dobro da
desviada, bem como a perda do “cargo ou
emprego público ou mandato eletivo” que eventualmente os envolvidos estejam
ocupando.
A
AIA tramitará na JFRN sob o nº 0808366-72.2019.4.05.8400.


Nenhum comentário:
Postar um comentário