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| Foto: João Gilberto/Assecom ALRN |
A
greve na Universidade Estadual do RN (UERN) foi tema de discussão na tarde
desta terça-feira (16), na Assembleia Legislativa.
Durante
audiência pública proposta pelo deputado estadual George Soares (PR), a
paralisação foi debatida por representantes do governo do estado, Ministério
Público, parlamentares, além de alunos e professores da UERN, que há três dias
enfrenta a greve.
A
informação é produzida pela assessoria de imprensa da ALRN.
Entre
sugestões e ânimos exaltados, nenhum acordo foi firmado e paralisação continua.
Os
professores universidade estão de braços cruzados porque não houve o pagamento
de reajuste salarial acordado com o governo em 2014.
Os
docentes teria recebido a promessa da então governadora Rosalba Ciarlini para a
implementação do aumento de 57,53%, divididos em quatro reajustes anuais.
Contudo,
sob a alegação de que o estado está no Limite Prudencial da Lei de
Responsabilidade Fiscal, o reajuste previsto para maio não foi implementado.
Com
isso, os professores cruzaram os braços.
De
acordo com o reitor da UERN, Pedro Fernandes, a universidade realizou uma
política de austeridade para garantir a economia do custeio, implementando o
teto e, inclusive, deixando de alugar sete dos 12 prédios que a instituição
custeava.
Com
isso, a receita destinada à UERN seria suficiente para realizar o pagamento do
reajuste neste ano – que também está previsto em orçamento.
Contudo,
o reitor explicou o motivo pelo qual o estado informou a possibilidade de arcar
com a despesa.
"A UERN fez uma política de contenção de
despesas e, com muito esforço, conseguiu baratear seus custos, havendo receita
prevista. Contudo, a LRF limita o valor a ser gasto com pessoal e o Executivo
está impedido de pagar", disse Pedro Fernandes, garantindo, porém, que
vai buscar junto ao governador Robinson Faria (PSD) uma solução para o caso.
Quem
também explicou a situação foi o consultor geral do estado, Eduardo Nobre.
Segundo
ele, o pedido dos professores é legítimo e justo, mas as dificuldades
enfrentadas pelo Poder Público são de conhecimento geral e inegáveis.
Mesmo
afirmando que os professores são uma categoria profissional das mais
relevantes, o consultor argumentou que a lei impede o pagamento do reajuste
neste momento.
De
acordo com ele, acordos semelhantes foram cumpridos com a Polícia Civil e
Polícia Militar, que tiveram as promoções efetivadas, mas porque havia a
previsão legal.
"Eu compreendo a insatisfação, compreendo a
reivindicação, mas nós não podemos apontar uma solução para o momento.
Encontramos obstáculos muito sérios na LRF e na Constituição. Não posso assumir
nenhum compromisso financeiro pelo governo. Não por não estar autorizado, e sim
por ser um técnico em direito e haver impedimentos legais que, no momento, são
intransponíveis", explicou Eduardo Nobre.
Também
presente ao encontro, o promotor Raimundo Caio analisou a greve e lamentou o
pensamento sobre educação no Brasil.
Para
ele, ainda há muitas pessoas pensando que o problema da educação no país está
na falta de recursos, fazendo com que "a
agenda qualitativa da Educação fique esquecida por professores e
gestores".
Por
outro lado, o promotor se colocou à disposição para, em nome do Ministério
Público, buscar a intermediação para um acordo entre Governo e professores para
a retomada das aulas.
"Apesar de não concordar com a discussão de
que tudo passa por dinheiro, tem que se apoiar a causa dos professores, que é
legítima", disse, falando ainda que é contra o uso de alunos como
"instrumento de reivindicação".
Propositor
da audiência, o deputado George Soares (PR) elogiou o nível do debate e lamentou
a situação de greve que a instituição enfrenta.
Apesar
de não haver uma proposta direta por parte do Executivo para que o caso seja
solucionado, o deputado colocou a Assembleia Legislativa à disposição para,
junto ao MPRN, intermediar a formulação de um acordo.
"Ficou muito claro que a UERN não representa
um fardo para o estado. São custos ínfimos para o que a UERN representa.
Queremos abrir as portas da Casa, a bancada de líderes para que possamos fazer
esse acompanhamento para encontrar uma solução para o encerramento da greve e
valorização de todos da UERN", disse o propositor do debate.
Além
de George Soares, também participaram da audiência os deputados Fernando Mineiro (PT), Souza Neto (PHS) e Carlos Augusto Maia (PTdoB).


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