A
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota se posicionando
a respeito da inclusão da ideologia de gênero nos Planos Municipais de
Educação.
A
nota foi definida na reunião do Conselho Permanente da CNBB, ocorrida nos dias
16, 17 e 18 deste mês, em Brasília, segundo informação da assessoria de imprensa.
O
documento, com data de 18 de junho, é assinado por Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo
de Brasília e presidente da CNBB; Dom Murilo S. R. Krieger, Arcebispo de
Salvador e vice-presidente da CNBB; e, Dom Leonardo Ulrich Steiner, Bispo Auxiliar
de Brasília e secretário-geral da CNBB.
Na
íntegra, eis a nota:
Nota da CNBB
sobre a inclusão da ideologia de gênero nos Planos de Educação
“Homem e mulher
ele os criou” (Gn 1,27)
O Conselho
Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em
Brasília, nos dias 16 a 18 de junho, manifesta seu reconhecimento pelo
importante trabalho de elaboração dos Planos Estaduais e Municipais de Educação
em desenvolvimento em todos os estados e municípios brasileiros para o próximo
decênio. A proposta de universalização do ensino e o esforço de estabelecer a
inclusão social como eixo orientador da educação merecem nosso apoio e consideração
ao apontar para a construção de uma sociedade onde todas as pessoas sejam
respeitadas. A tentativa de inclusão da ideologia de gênero nos Planos
Estaduais e Municipais de Educação contraria o Plano Nacional de Educação,
aprovado no ano passado pelo Congresso Nacional, que rejeitou tal expressão.
Pretender que a identidade sexual seja uma construção eminentemente cultural,
com a consequente escolha pessoal, como propõe a ideologia de gênero, não é
caminho para combater a discriminação das pessoas por causa de sua orientação
sexual. O pressuposto antropológico de uma visão integral do ser humano,
fundamentada nos valores humanos e éticos, identidade histórica do povo
brasileiro, é que deve nortear os Planos de Educação. A ideologia de gênero vai
no caminho oposto e desconstrói o conceito de família, que tem seu fundamento
na união estável entre homem e mulher. A introdução dessa ideologia na prática
pedagógica das escolas trará consequências desastrosas para a vida das crianças
e das famílias. O mais grave é que se quer introduzir esta proposta de forma
silenciosa nos Planos Municipais de Educação, sem que os maiores interessados,
que são os pais e educadores, tenham sido chamados para discuti-la. A ausência
da sociedade civil na discussão sobre o modelo de educação a ser adotado fere o
direito das famílias de definir as bases e as diretrizes da educação que
desejam para seus filhos. A CNBB reafirma o compromisso da Igreja em se somar
aos que combatem todo tipo de discriminação a fim de que tenhamos uma sociedade
sempre mais fraterna e solidária. Confia que a sociedade e o Estado cumpram seu
direito e dever de oferecer a toda pessoa os meios necessários para uma
educação livre e autêntica (cf. CNBB – Doc. 47, n. 73). Reafirma também o papel
insubstituível dos pais na educação de seus filhos e primeiros responsáveis por
introduzi-los na vida em sociedade. Agradecemos a tantos que têm se empenhado
na defesa de uma educação de qualidade no Brasil, opondo-se até mesmo a
excessos do Estado que, muitas vezes, se sobrepõe ao papel dos pais e da
família. A estes exortamos a que, juntamente com educadores e associações de
famílias, assumam sua tarefa de protagonistas na educação dos filhos. Que Deus
inspire os legisladores na responsabilidade que têm nesse momento e anime os
educadores na nobre e sublime tarefa de colaborar com os pais em sua missão de
educar.


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