Na
manhã desta terça (23), o Conselho Penitenciário do RN (Copen/RN) formalizou a
entrega de uma Nota Técnica Conjunta ao presidente do Tribunal de Justiça do RN
e a representantes da segurança pública estadual, com o intuito de viabilizar a
implantação das audiências de custódia, para garantir o direito dos presos em
ter acesso a um juiz assim que são detidos.
A
medida poderá evitar prisões desnecessárias e, por consequência, reduzir a
superlotação do sistema penitenciário, de acordo com informação da assessoria
de imprensa da Procuradoria da República no RN, sediada na capital potiguar.
A
reunião para a entrega da nota técnica ocorreu na sede do TJRN, com
participação do presidente do Tribunal, desembargador Cláudio Santos; do juiz
federal Francisco Eduardo Guimarães; do juiz da Execução Penal, Henrique
Baltazar; além do secretário estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Edilson
França; e, de representantes da Secretaria de Segurança Pública e Defesa
Social.
A
proposta parte de um esboço em forma de projeto piloto para o RN e prevê que
todos os presos em flagrante da cidade de Natal sejam encaminhados a uma
autoridade judicial, que possa decidir se há ou não a real necessidade da
prisão preventiva.
Responsável
pela entrega da Nota Técnica, a presidente do Conselho Penitenciário
(Copen/RN), procuradora da República Cibele Benevides Guedes da Fonseca, aponta
que a audiência de custódia é também um instrumento a ser utilizado para
melhorar a qualidade dos flagrantes, pois o Ministério Público tem condições de
intervir imediatamente para o aperfeiçoamento do procedimento policial.
Além
disso, a audiência tem o potencial de facilitar a imediata apuração dos casos,
evitando injustiças e até mesmo inibindo eventual violência policial.
Outro
aspecto levantado no encontro de representantes da segurança pública estadual,
foi a busca pelo efetivo cumprimento da Lei nº 12.714, em vigor desde setembro
2012 em todo o Brasil e que trata dos sistemas de dados para acompanhamento das
penas, prisões cautelares e medidas de segurança.
Segundo
a lei, as informações relativas aos sistemas penitenciários devem ser mantidas
e atualizadas em sistemas informatizados, sobretudo para o cumprimento correto
de execução das penas fixadas em cada estado.
Segundo
o secretário Edilson França, o RN ainda não possui um software próprio para
informatizar esses dados, mas há informações de que a Universidade Federal do
RN, já possui projetos desse tipo e, sendo assim, a Sejuc irá buscar uma
parceria com a Universidade para o desenvolvimento e a possível implantação
desse mecanismo.
Os
participantes apontaram que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ainda não
disponibiliza um software aos estados, para a informatização e acompanhamento
dos dados relativos à execução das penas.
Porém,
o estado do PR já desenvolveu esse sistema e o Poder Judiciário se encarregou
de entrar em contato com representantes da Justiça paranaense, a fim de obter
informações e avaliar a possibilidade de parcerias para a implantação do
programa no RN.


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