Rogério
Silva dos Santos, de 29 anos, havia acabado de fazer uma cirurgia para tirar o
dente do ciso.
No
almoço de Dia das Mães, arriscou comer um pedaço de carne, mas rompeu os pontos
e se irritou com a dor na gengiva.
Era
dia 15 de maio de 2006, ele deu um beijo na mãe e resolveu ir embora.
Durante
a noite, quando a dor se tornou insuportável, ele saiu para buscar um remédio,
mas não voltou.
Foi
baleado, em circunstâncias até hoje não totalmente esclarecidas, na periferia
de Santos, no litoral de SP.
A
reportagem é de Gil Alessi, publicada por El
País.
Rogério
foi um dos 320 mil negros vítimas de armas de fogo entre 2003 e 2012.
Faz
parte das estatísticas que comprovam que os homicídios cometidos à bala no país
têm cor, idade e sexo.
Se,
por um lado, o número de pessoas brancas mortas por arma de fogo caiu 23% entre
2003 e 2012 (de 14,5 mortes por 100 mil habitantes para 11,8), a quantidade de
vítimas negras aumentou 14,1% no mesmo período: de 24,9 para 28,5.
Apenas
em 2012 morreram 2,5 mais negros do que brancos.
Os
dados são do novo Mapa da Violência,
coordenado pelo sociólogo Júlio Jacobo, que será lançado nesta quinta-feira
(14).


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