terça-feira, 20 de maio de 2014

Comissão Nacional da Verdade: Relatório irá multiplicar vítimas 'oficiais' da ditadura

Pedro Dallari
O coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari, afirmou durante ato político em São Paulo que contou com a presença de comissões da verdade de 20 outros Estados, que o primeiro esboço do relatório final das investigações ficará pronto em agosto deste ano, a quatro meses do prazo para entrega da versão final do texto que representará a visão oficial do Estado brasileiro sobre os períodos autoritários entre 1946 e 1988.
Sem citar números exatos, Dallari disse ainda que a coleta de relatos sobre crimes cometidos pelo estado brasileiro contra indígenas e a população do campo multiplicará a listagem oficial corrente de mortos e desaparecidos por perseguição política, que é de 827 casos.
A reportagem é da Rede Brasil Atual – RBA.
Será a segunda vez que o Governo Federal irá rever para cima o número de vítimas de crimes contra a humanidade durante a ditadura.
Em 2012, na mesma semana em que foi criada a Comissão Nacional da Verdade, a Secretaria de Direitos Humanos, então capitaneada pela deputada federal gaúcha Maria do Rosário (PT), somou 370 casos aos 457 oficialmente reconhecidos até então, a maioria, já naquela época, de trabalhadores rurais e de populações indígenas que acabaram ignorados pela Comissão de Mortos e Desaparecidos, criada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002) no primeiro ano de seu governo.
Dallari destacou ainda que, mais importante do que os números de vítimas, será a humanização da narrativa sobre suas lutas no relatório final.

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