Katiele e Any |
Katiele
Fischer é uma mãe de 33 anos que mora em Brasília (DF).
Sua
filha caçula, Any, hoje com cinco anos, nasceu com uma síndrome rara que
provoca convulsões de duas em duas horas.
Por
causa das crises, Any não consegue falar e, ainda que tenha aprendido a andar
aos três anos, regrediu à estaca zero quando as convulsões pioraram, no ano
passado.
Mas
há poucos meses tudo mudou, de acordo com matéria veiculada pela edição eletrônica
da revista Marie Claire.
Katiele
descobriu um composto a base de maconha num fórum de pais na internet e decidiu
usá-lo com a filha e os resultados foram estupendos.
De
sessenta convulsões semanais em outubro, Any passou por três semanas inteiras
sem uma única crise, em janeiro.
“O
canabidiol devolveu a ela suas funções”, diz Katiele, que viu no produto o
tratamento ideal para a filha.
Conhecido
como CDB, o composto é um dos 60 princípios ativos da planta cannabis sativa, a maconha, e não causa
alterações de comportamento.
Em
muitos Estados americanos, é vendido como suplemento alimentar, sem necessidade
de receita médica.
Foi
dos Estados Unidos que o primeiro produto chegou à casa dos Fischer, mas a alegria,
no entanto, durou pouco.
O
remédio acabou e Katiele se viu presa numa teia de burocracia que envolvia a
Anvisa e os Correios, onde suas encomendas foram barradas – no Brasil, qualquer
derivado da maconha é ilegal.
Any,
que havia se beneficiado com o CDB, voltou a ter dezenas de convulsões já nos
primeiros dias sem o remédio.
Foi aí que a mãe decidiu que faria de tudo para conseguir o composto.
Foi aí que a mãe decidiu que faria de tudo para conseguir o composto.
Hoje,
ela se considera uma legítima traficante e pede na justiça que seu ato deixe de
ser crime.
Se
der certo, Any será a primeira paciente de maconha medicinal no Brasil.
Sua
história está contada no documentário Ilegal,
de Tarso Araujo e Raphael Erichsen, que foi lançado quinta-feira (27) em São
Paulo.
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