terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Manifestações: A única pessoa condenada pelas jornadas de junho de 2013

Rafael Braga Vieira
Rafael Braga Vieira fez 26 anos dia 31 de janeiro.
Nascido e criado na Vila da Penha, no RJ, trabalhava como garimpeiro urbano, coletando antiguidades e objetos usados no lixo para vender no Dingo Mall, como é conhecida a feira de coisas usadas montada por moradores de rua nas proximidades da feira de antiguidades da Praça 15.
A entrevista é de Matias Maxx, publicada pelo portal eletrônico Vice e reproduzida pelo blog Combate Racismo Ambiental.
No dia 20 de Junho de 2013, a Polícia Militar carioca utilizou cavalaria, Tropa de Choque, muitas bombas e o famigerado Caveirão contra as centenas de milhares de pessoas que se manifestavam contra o aumento das passagens em frente à Prefeitura.
Enquanto alguns resistiam com escudos e barricadas, impedindo o avanço da tropa, vários manifestantes se espalharam pelo centro ateando fogo em lixo e quebrando vidraças de bancos.
Por volta das 18h, Rafael, que diz nunca ter participado de manifestação nenhuma, voltava de seu garimpo para um sobrado abandonado onde ele morava.
Ele declara que lá encontrou duas garrafas de produtos de limpeza que pretendia levar para uma tia, quando foi abordado por PMs e conduzido à delegacia, onde as garrafas se transformaram em coquetéis molotov.
Rafael foi condenado no estatuto do desarmamento, por posse de explosivos e cumpre a pena de cinco anos no Presídio Elisabeth Sá Rego, também conhecido como Bangu 5.
Trata-se de uma penitenciária de regime fechado, destinada normalmente a condenados ligados à facção criminosa Comando Vermelho, que controla a comunidade onde Rafael foi criado.
Mesmo sem envolvimento com o crime organizado, o fato de ser cria de uma comunidade dominada por uma facção rival costuma ser uma sentença de morte no sistema prisional do RJ.

Nenhum comentário:

Postar um comentário