Rafael Braga Vieira |
Rafael
Braga Vieira fez 26 anos dia 31 de janeiro.
Nascido
e criado na Vila da Penha, no RJ, trabalhava como garimpeiro urbano, coletando
antiguidades e objetos usados no lixo para vender no Dingo Mall, como é conhecida a feira de coisas usadas montada por
moradores de rua nas proximidades da feira de antiguidades da Praça 15.
A
entrevista é de Matias Maxx, publicada pelo portal eletrônico Vice e reproduzida pelo blog Combate Racismo Ambiental.
No
dia 20 de Junho de 2013, a Polícia Militar carioca utilizou cavalaria, Tropa de
Choque, muitas bombas e o famigerado Caveirão
contra as centenas de milhares de pessoas que se manifestavam contra o aumento
das passagens em frente à Prefeitura.
Enquanto
alguns resistiam com escudos e barricadas, impedindo o avanço da tropa, vários
manifestantes se espalharam pelo centro ateando fogo em lixo e quebrando
vidraças de bancos.
Por
volta das 18h, Rafael, que diz nunca ter participado de manifestação nenhuma,
voltava de seu garimpo para um sobrado abandonado onde ele morava.
Ele
declara que lá encontrou duas garrafas de produtos de limpeza que pretendia
levar para uma tia, quando foi abordado por PMs e conduzido à delegacia, onde
as garrafas se transformaram em coquetéis molotov.
Rafael
foi condenado no estatuto do desarmamento, por posse de explosivos e cumpre a
pena de cinco anos no Presídio Elisabeth Sá Rego, também conhecido como Bangu
5.
Trata-se
de uma penitenciária de regime fechado, destinada normalmente a condenados
ligados à facção criminosa Comando Vermelho, que controla a comunidade onde
Rafael foi criado.
Mesmo
sem envolvimento com o crime organizado, o fato de ser cria de uma comunidade
dominada por uma facção rival costuma ser uma sentença de morte no sistema
prisional do RJ.
Nenhum comentário:
Postar um comentário