domingo, 19 de janeiro de 2014

Reconhecendo: Vaticano confirma quase 400 padres laicizados por abuso sexual

Charles Scicluna
Apesar de um comunicado anterior do Vaticano negar uma história da Associated Press (AP) de que quase 400 padres haviam sido excomungados por abusos sexuais de menores de idade entre os anos de 2011 e 2012, um bispo conhecedor das estatísticas disse à agência de notícias que a história era verdadeira.
O porta-voz do Vaticano também confirmou a história em uma resposta enviada ao portal eletrônico National Catholic Reporter (NCR).
A reportagem é de John L. Allen Jr. e publicada sexta-feira (17) pela NCR, com tradução de Isaque Gomes Correa.
O bispo auxiliar Charles Scicluna, de Malta, que serviu por 10 anos como advogado de acusação do Vaticano para questões de abusos sexuais na Igreja e que representou a Santa Sé durante a audiência de quinta-feira (16), na Organização das Nações Unidas (ONU), perante o Comitê dos Direitos da Criança, contou ao NCR que, em 2011 e 2012, 384 padres foram ou voluntariamente desligados do estado clerical ou tiveram sua laicização imposta como penalidade para casos relacionados a abusos sexuais.
Dom Scicluna falou ao NCR sexta-feira (17) por telefone.
Com base em informações fornecidas no volume publicado sob o título Atividades da Santa Sé, de acordo com Dom Scicluna, houve 135 padres em 2011 que voluntariamente pediram desligamento de seu estado clerical e 125 tiveram a laicização imposta como penalidade.
Já em 2012, os números são: 67 desligamentos voluntários e 57 casos nos quais a laicização foi imposta.
No total, estes números chegam a 384 sacerdotes num período de dois anos que foram afastados do sacerdócio devido a casos relacionados com abusos sexuais de menores.
No início desta noite, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, negou inicialmente esta reportagens, dizendo que ela estava baseada em uma confusão ocorrida entre os casos reportados ao Vaticano e o resultado final de tais casos.
Posteriormente, o porta-voz disse que a reportagem da AP estava “correta” e que não estava baseada “numa confusão com os casos reportados”.

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