Uma
pesquisa feita por alunos de mestrado em história e direito da Pontifícia
Universidade Católica (PUC) do RJ, a pedido da Comissão Nacional da Verdade e
da Comissão Estadual da Verdade, mostrou que violações aos direitos humanos
ocorreram desde os primeiros dias da ditadura militar instalada no país
(1964-1985).
A
informação é de Vladimir Platonow e publicada pela Agência Brasil.
Documentos
do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops) de SP, órgão
subordinado ao Departamento de Ordem Política Social (Dops), principal órgão de
inteligência e repressão durante a ditadura militar, divulgados em 1º de abril,
mostram que regimes autoritários ficharam figuras públicas como o ex-jogador
Pelé, o cantor Roberto Carlos, os apresentadores Silvio Santos e Hebe Camargo e
o escritor Monteiro Lobato.
As
fichas e prontuários podem ser consultadas no site "Memória Política e Resistência", vinculado ao
Arquivo do Estado.
"Houve
tortura desde o início do golpe e também prisões em massa, feitas a partir de
listas previamente preparadas por delegacias. Eram levados para estádios de
futebol, que pudessem guardar esse conjunto de detentos, que não cabiam mais
nas delegacias", disse o professor da PUC, Marcelo Jasmin, coordenador do
levantamento cujos dados preliminares foram divulgados quarta-feira (18).
A
pesquisa foi feita ao longo de seis meses e os alunos analisaram 1.114
processos de requerimento de reparação que fazem parte do acervo do Conselho
Estadual de Direitos Humanos do RJ.
O
levantamento constatou que os estádios de futebol Caio Martins, em Niterói (38
casos relatados na pesquisa); e do Ypiranga Futebol Clube, em Macaé (21 casos),
foram usados como prisão pelos agentes da ditadura.
Segundo
o professor, nos primeiros anos grande parte dos presos era formada por
operários e integrantes do movimento sindical, muitos ligados ao Partido Comunista
Brasileiro (PCB), e após 1968, com a publicação do Ato Institucional nº 5
(AI-5), aumentou a prisão de profissionais liberais.


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