quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Pesquisa: Ditadura militar torturou desde os primeiros dias do regime

Uma pesquisa feita por alunos de mestrado em história e direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do RJ, a pedido da Comissão Nacional da Verdade e da Comissão Estadual da Verdade, mostrou que violações aos direitos humanos ocorreram desde os primeiros dias da ditadura militar instalada no país (1964-1985).
A informação é de Vladimir Platonow e publicada pela Agência Brasil.
Documentos do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops) de SP, órgão subordinado ao Departamento de Ordem Política Social (Dops), principal órgão de inteligência e repressão durante a ditadura militar, divulgados em 1º de abril, mostram que regimes autoritários ficharam figuras públicas como o ex-jogador Pelé, o cantor Roberto Carlos, os apresentadores Silvio Santos e Hebe Camargo e o escritor Monteiro Lobato.
As fichas e prontuários podem ser consultadas no site "Memória Política e Resistência", vinculado ao Arquivo do Estado.
"Houve tortura desde o início do golpe e também prisões em massa, feitas a partir de listas previamente preparadas por delegacias. Eram levados para estádios de futebol, que pudessem guardar esse conjunto de detentos, que não cabiam mais nas delegacias", disse o professor da PUC, Marcelo Jasmin, coordenador do levantamento cujos dados preliminares foram divulgados quarta-feira (18).
A pesquisa foi feita ao longo de seis meses e os alunos analisaram 1.114 processos de requerimento de reparação que fazem parte do acervo do Conselho Estadual de Direitos Humanos do RJ.
O levantamento constatou que os estádios de futebol Caio Martins, em Niterói (38 casos relatados na pesquisa); e do Ypiranga Futebol Clube, em Macaé (21 casos), foram usados como prisão pelos agentes da ditadura.
Segundo o professor, nos primeiros anos grande parte dos presos era formada por operários e integrantes do movimento sindical, muitos ligados ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), e após 1968, com a publicação do Ato Institucional nº 5 (AI-5), aumentou a prisão de profissionais liberais.

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