"Recentemente, o IBGE divulgou a síntese dos
Indicadores sociais 2013 – SIS, onde constata que 29,7% dos domicílios urbanos
não tem acesso simultâneo aos serviços básicos de saneamento e iluminação, como
abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e iluminação
elétrica. Do total de domicílios analisados, 93,5% acusaram ausência de
esgotamento sanitário (IBGE/2013)", informa nota conjunta de várias
entidades que atuam no Semiárido, publicada pelo portal eletrônico EcoDebate.
Eis
a nota:
Chamou a atenção
a matéria sobre o abastecimento das cisternas por carros pipas contaminados, ou
água contaminada dos pipas, veiculada pelo Fantástico da Rede Globo, edição de
01/12/2013. Entretanto, cabem algumas observações sobre a referida matéria.
Em primeiro, o
conteúdo da matéria não pode se generalizar para todo o Semiárido. Na maioria
dos lugares o abastecimento está sendo decente e com água tratada, em que pese
tantos casos de fraudes, má fé e falta de ética por falta dos pipeiros e
políticos. Também no que se refere à epidemia em Alagoas, trate-se de um caso
localizado, acontecido há meses atrás, só agora vindo ao ar no referido
programa.
Em segundo, está
evidente que ainda estamos longe de resolver os problemas da água potável da
região do Semiárido, particularmente em épocas de grandes estiagens, como essa
que estamos passando. Uma grande parcela da população local ainda bebe água
contaminada, não só porque vem pelos pipas, mas porque suas fontes de
abastecimento ainda são os barreiros e açudes, cujas águas insalubres servem
para o abastecimento humano e dos animais.
Terceiro, é
preciso realçar que, com todos os limites apontados pela referida matéria, já
não temos nessa região, nem mesmo em períodos de longas estiagens, a intensa
mortalidade infantil, tantas doenças veiculadas por água contaminada, já não
precisamos das famigeradas “frentes de emergência”, já não temos intensas
migrações e nem os horrores dos saques feitos por sedentos e famélicos. Nós,
das entidades que atuam nessa região, construindo a convivência como Semiárido,
fazemos questão de realçar as conquistas desse povo.
Por último, se
não quisermos que essas cenas do presente se repitam no futuro, é só o governo
implementar massivamente as tecnologias de convivência com o Semiárido:
cisternas de captação de água de chuva para beber, cisternas para produção,
caxios, barreiros, barragens subterrâneas, etc., e implementar adutoras para
abastecimento das aglomerações rurais e centros urbanos. Onde esses serviços já
chegaram, apesar das dificuldades, os problemas trágicos já não se repetem.
Infelizmente, essa situação atinge todo povo brasileiro.
Recentemente, o
IBGE divulgou a síntese dos Indicadores sociais 2013 – SIS, onde constata que
29,7% dos domicílios urbanos não tem acesso simultâneo aos serviços básicos de
saneamento e iluminação, como abastecimento de água, esgotamento sanitário,
coleta de lixo e iluminação elétrica. Do total de domicílios analisados, 93,5%
acusaram ausência de esgotamento sanitário (IBGE/2013).
Talvez ainda precisemos
dos pipas, principalmente onde os serviços de água não chegaram, ou
simplesmente porque nessas longas estiagens há locais tão distantes que vão
continuar precisando deles. Aí então é uma questão da vigilância sanitária e
dos responsáveis pelos programas de abastecimento dos pipas, assim como dos
gestores públicos federal, estadual e municipal, assumirem suas
responsabilidades.
ASA – Articulação
do Semiárido (1)
CESE – Coordenadoria
Ecumênica de Serviços (2)
RESAB – Rede de
Educadores do Semiárido Brasileiro(3)
Cáritas
Brasileira (4)


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