Este fenômeno cíclico é perceptível em várias situações.
Logicamente, ele existe na política também.
Quer
exemplos?
Há
prefeitos que, no passado, serviram-se de um instante ruim e de adversidade do
governo para por em prática um expediente que, para muitos, soaria pérfido e
maquiavélico.
Num
enganoso gesto de desprendimento e nobreza, valorizam e elevam a figura do
vice.
Este,
embevecido e inebriado, sente-se prestigiado de tal modo que o deslumbramento
não o permite ver que está sendo atraído para a armadilha que, no fim, longe do
Olimpo que imaginou, só resta ônus e desgaste – ou seja, absorve o que, por
regra, caberia a quem ficou à sombra.
A
“vítima”, inadvertidamente usada para preservar o mentor do plano, capitula de
forma pálida e ofuscada ao fim do enredo.
Quem
se detém por observar os fatos aqui e acolá, acaba por ver a tática reeditar-se
como numa sensação de déjà vu.
O
personagem que exerce o papel de substituto imediato pode até ter mudado e
possuir outras características.
Mas,
a estratégia é reprisada de modo sagaz e em minúcias.
E, quem hoje pode ter a falsa impressão de que é
enaltecido por assumir atribuições que lhe conferem um aparente crédito de
confiança e poder de resolutividade, comete a estultice de não enxergar o real
desígnio de quem dissimuladamente o expõe para, no fim, torná-lo peça meramente
de ornamento.

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