A
psicóloga argentina que atendeu a criança transgênera que terá o nome e o sexo
modificados na certidão de nascimento e no documento de identidade disse que
ela "deixou de ser um menino triste para ser uma menina feliz".
A
reportagem é de Marcia Carmo e publicada pela BBC Brasil.
Nos
documentos, ela passará a figurar sexo feminino e não mais masculino, segundo
informaram autoridades de Buenos Aires.
A
psicóloga Valeria Pavan, coordenadora da área de saúde da ONG Comunidade
Homossexual Argentina (CHA), disse à BBC
Brasil que a criança, que hoje tem seis anos, chamou a atenção dos pais
para sua condição sexual assim que começou a dizer as primeiras palavras, aos
dois anos e meio.
"Ela já demonstrava gostar de coisas de
menina e quando começou a falar melhor dizia que queria ser chamada de Lulu e
de brincar como menina e não como menino", disse.
Lulu
tem um irmão gêmeo e é filha de um casal da província de Buenos Aires. Eles
foram orientados pelo Instituto Nacional contra a Discriminação, a Xenofobia e
o Racismo (INADI) e pela CHA sobre como proceder no caso de Lulu.
A
CHA orientou os pais da criança no pedido de mudança de nome e sexo nos
documentos, a partir da Lei de Identidade de Gênero e acordos e direitos sobre
a infância, segundo Marcelo Suntheim, ativista da organização.
Quando
Lulu completou quatro anos, os pais passaram a procurar psicólogos que os
orientassem na educação da criança, até que foram aconselhados a procurar a
equipe de saúde da ONG.
Valeria
Pavan afirmou que a "menina transsexual", como ela a definiu, chegou
ao seu consultório com características de tristeza.
Segundo
a psicóloga, os pais de Lulu contaram, ao longo de uma série de consultas em
cerca de dois anos, que especialistas anteriores recomendaram terapias para
"reforçar a masculinidade" da criança.
Pavan
diz que, para o pai da criança, "no inicio foi mais difícil" aceitar
a sua identificação com outro gênero.
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